Imagem com live-actions da Disney

Live-actions da Disney: por que muitas fãs não gostam?

Filmes

Nos últimos anos, a Disney tem apostado pesado em uma de suas estratégias mais rentáveis: transformar seus clássicos animados em versões live-action. 

De A Bela e a Fera a O Rei Leão, passando por Mulan, A Pequena Sereia e Branca de Neve, a empresa vem revisitando suas próprias histórias com novas tecnologias, elencos estrelados e efeitos visuais impressionantes.

Mas se a ideia era reacender a nostalgia e encantar uma nova geração, o tiro parece ter saído parcialmente pela culatra, especialmente entre as fãs mais apaixonadas pelos filmes originais. 

Afinal, por que tantos fãs têm demonstrado rejeição (ou ao menos desconfiança) em relação aos live-actions da Disney?

O início dos live-actions da Disney

A motivação é simples: nostalgia e bilheteria. A Disney percebeu que poderia atingir duas gerações ao mesmo tempo, os adultos que cresceram com as animações e as crianças de hoje, que conhecem as histórias por meio de novas versões.

Tudo começou com o sucesso de Alice no País das Maravilhas (2010), o primeiro live-action da Disney, dirigido por Tim Burton. O filme arrecadou mais de US$ 1 bilhão e abriu caminho para uma série de remakes: Malévola (2014), Cinderela (2015) e tantos outros.

A fórmula parecia perfeita: reapresentar histórias conhecidas, mas com um toque de realismo e tecnologia de ponta. Porém, o encanto nem sempre se manteve.

A relação de amor e ódio

Para muitos fãs, o problema não está em ver suas animações favoritas ganhando vida real, mas sim em como isso tem sido feito.

Enquanto alguns remakes são elogiados por trazerem novas perspectivas ou representatividade, outros são criticados por parecerem sem alma.

Há quem diga que as versões em live-action tentam ser tão fiéis aos originais que acabam perdendo a magia que só a animação consegue transmitir. Um exemplo claro é O Rei Leão (2019): visualmente deslumbrante, mas considerado por muitos “emocionalmente frio”.

Já em casos como A Pequena Sereia (2023), o debate se ampliou para questões de representatividade, racismo e nostalgia, mostrando que o público, embora dividido, ainda se importa com essas histórias.

Ou seja, há amor pelos clássicos, mas também uma sensação de que a Disney está tentando reviver um passado que já era perfeito como estava.

Os filmes com maiores e menores bilheterias

Apesar das críticas, o sucesso financeiro dos live-actions é inegável. Entre os maiores sucessos de bilheteria, estão:

  • O Rei Leão (2019), cerca de US$ 1,6 bilhão mundialmente;
  • A Bela e a Fera (2017), ultrapassou US$ 1,2 bilhão;
  • Aladdin (2019), mais de US$ 1 bilhão.

Mas nem todos repetiram o mesmo êxito. Alguns títulos tiveram resultados mornos ou decepcionantes, como:

  • Mulan (2020), prejudicado pelo lançamento simultâneo no streaming;
  • Pinóquio (2022), criticado pela falta de emoção;
  • Peter Pan & Wendy (2023), que mal repercutiu entre o público.

Esses números mostram que, embora a nostalgia ainda venda, ela tem limites, e os espectadores começam a distinguir entre um remake feito com propósito e outro feito apenas por lucro.

Os próximos live-actions da Disney

Mesmo com altos e baixos, a Disney não pretende parar. Os próximos anos trarão novas versões de grandes clássicos, como:

  • Hércules, produzido pelos irmãos Russo (Vingadores: Ultimato);
  • Moana, que será estrelado novamente por Dwayne Johnson;
  • Enrolados, filme ainda está em discussão.

Cada novo anúncio gera uma mistura de empolgação e ceticismo entre os fãs, um reflexo claro dessa relação de amor e ódio com os remakes.

Formato saturou?

A verdade é que o público parece estar começando a sentir o peso da repetição. A fórmula “pegar um clássico, atualizar visualmente e relançar” começa a dar sinais de cansaço. As redes sociais estão cheias de comentários de fãs que pedem à Disney para apostar em histórias novas, em vez de reciclar as antigas.

Isso não quer dizer que o formato de live-action esteja condenado, mas é fato que a saturação ameaça o encanto. A cada novo lançamento, o desafio cresce: como inovar sem destruir o que tornou esses filmes tão especiais?

No fim das contas, o problema não está em transformar animações em filmes com atores reais, mas sim em preservar o encanto das histórias que marcaram a infância de milhões de pessoas.

Quando a Disney consegue equilibrar nostalgia, criatividade e emoção, como em Cinderela (2015) ou Malévola (2014), o resultado é mágico.

Mas quando as produções parecem feitas apenas para lucrar, sem uma alma que justifique a nova versão, o público sente isso. Histórias criadas sem emoção, sem a centelha que move a imaginação, continuarão sofrendo críticas, e com razão.

Porque, no fundo, o que os fãs querem não é apenas rever seus personagens favoritos… é sentir novamente o mesmo encanto que os fez se apaixonar pela Disney na infância. E isso, por mais tecnologia que exista, continua sendo algo que só a magia verdadeira consegue recriar.

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Foto destaque: imagem promocional do filme A Branca de Neve (reprodução/ Disney).