Foto do H.O.T, um dos grupos da 1ª geração do k-pop

1ª geração do K-pop: conheça a origem do gênero e 7 grupos marcantes

Música

Quando falamos de K-pop atualmente, é comum pensar em grupos como BTS, BLACKPINK ou NewJeans. Mas a verdade é que tudo isso só existe porque um dia um movimento pioneiro começou na Coreia do Sul ainda nos anos 90. 

Esse movimento formou os primeiros idol groups, estabeleceu o sistema de treinamento e preparou o terreno para que toda a indústria musical coreana se tornasse um dos setores mais lucrativos do entretenimento mundial.

A chamada 1ª geração do K-pop foi marcada por inovações, experimentações e uma revolução cultural que transformou por completo a música sul-coreana. 

E, nesse artigo, você vai entender como tudo começou, quais foram os primeiros grupos, os maiores marcos e curiosidades, além de ver o legado que permanece vivo até hoje. Siga a leitura!

O início do K-pop

O ponto de partida oficial, quase um marco histórico, aconteceu em 1992, quando Seo Taiji and Boys subiram num palco de TV para apresentar uma performance de rap e dança que chocou o país inteiro.

Até aquele momento, quase ninguém via rap ou breakdance na mídia coreana, e muito menos um grupo vestindo roupas urbanas, usando gorros, tênis esportivos e rimando sobre problemas sociais.

Essa estreia frequentemente é usada como ano zero do K-pop moderno, porque mudou completamente a percepção de música pop no país.

Seo Taiji não só inovou musicalmente, mas abriu caminho para a criação de um novo formato de artista: jovens treinados para cantar, dançar, ser influentes na moda e se comunicar diretamente com fãs. Depois desse impacto, surgiu o modelo idol como conhecemos hoje.

Logo após o sucesso de Seo Taiji, empresários perceberam que havia um futuro promissor naquela nova tendência. 

Assim, nasceram as primeiras grandes agências: SM Entertainment (1995), criada por Lee Soo-man, DSP Media, voltada para idols jovens e YG Entertainment (1996), fundada por Yang Hyun-suk (ex-integrante dos Seo Taiji and Boys).

Essas empresas começaram a investir pesado em trainees, com aulas de canto, preparação de dança, condicionamento físico, treinamento de imagem e controle de mídia. Como resultado, sistema trainee virou padrão, e continua sendo até hoje.

Além disso, com o passar do tempo, duas dessas empresas pioneiras, SM Entertainment e YG Entertainment se juntaram ao seleto grupo de agências BIG 3, as maiores do k-pop. E Lee Soo-man, se tornou o “pai do K-pop” por ter debutado boa parte dos grandes artistas.

Os 7 maiores grupos da 1ª geração do K-pop

Como eram os looks, músicas e artistas da primeira geração? Abaixo você confere os 7 maiores grupos da primeira geração e também performances desses grupos.

H.O.T.

O H.O.T. é considerado oficialmente o primeiro idol group do K-pop. Formado pela SM, eles foram os responsáveis por explosões de venda, aparições em todos os programas possíveis e histeria nacional. O grupo tornou-se modelo de idol group masculino.

Como resultado, até hoje é muito comum ver novos grupos fazendo covers de faixas lançadas pelo grupo, a exemplo da canção Candy que você confere acima. 

Baby V.O.X

Foto do grupo Baby V.O.X.
Foto: reprodução/ Pinterest

O Baby V.O.X foi um dos girl groups que mais ajudou a internacionalizar o K-pop ainda na década de 1990. Com uma imagem forte, estética agressiva e grande popularidade na Ásia, o grupo quebrou padrões de comportamento feminino e abriu espaço para conceitos mais ousados nas gerações seguintes. 

Sechs Kies

Foto do Sechs Kies
Foto: reprodução/ Pinterest

Rivais históricos do H.O.T., ajudaram a criar as famosas “fan wars” que marcaram os anos 90. Seus comebacks nostálgicos nos anos 2000 são lembrados até hoje.

Shinhwa

Foto do grupo Shinhwa
Foto: reprodução/ Pinterest

Conhecidos pela marca registrada de longevidade. Mesmo após deixar a SM, continuaram juntos e seguem sendo um dos grupos mais duradouros da história do K-pop. 

g.o.d

Foto do g.o.d
Foto: reprodução/ Pinterest

Extremamente populares no início dos anos 2000, marcaram a 1ª geração com vocais poderosos e música emocional. Até hoje são considerados ícones nacionais. 

S.E.S

O primeiro girlgroup de impacto real, responsável por moldar todos os grupos femininos posteriores. Visual marcante, também impactaram a moda e foram sucessos com o público jovem.

O S.E.S também foi o primeiro grupo femino da SM, que hoje conta com diversos outros girlgroups de sucesso, a exemplo do aespa, Girls Generation e mais recentemente o Hearts2Hearsts.

Assim como o H.O.T, também é comum que novos grupos da empresa façam covers e releituras de lançamentos do girlgroup, a exemplo da faixa Dreams Come True do vídeo acima. A canção já recebeu outras versões de artistas como aespa e Red Velvet.

FIN.K.L

Foto do grupo FIN.K.L
Foto: reprodução/ Pinterest

Rivais diretas de S.E.S, elas tiveram vários hits que dominaram rádios e programas de TV, se tornando um dos maiores nomes femininos do final dos anos 90. Foi também desse grupo que saiu a Lee Hyori, um das maiores solistas do K-pop de todos os tempos.

As maiores polêmicas da 1ª geração do k-pop

Brigas entre fandoms, expulsões do grupo, saídas inesperadas… Os problemas comuns hoje no K-pop também já aconteciam desde a primeira geração, mas de uma forma bem diferente. Confira algumas polêmicas que marcaram a geração.

Fan wars intensas

Se hoje as rivalidades entre fandoms parecem exageradas, imagine quando elas surgiram. Grupos rivais já não podiam dividir palco sem movimentação policial. Havia relatos de brigas, ameaças e perseguições.

Para se ter uma ideia, fandoms rivais chegavam a se reunir na rua para brigar!! Também era comum sabotagem de shows, onde fãs compravam ingressos de um show de grupo rival e não iam para que eles precisassem performar sem plateia.

O drama Reply 1997 ilustra bem esse momento, como você pode conferir na cena abaixo:

Escândalos de namoro 

Durante a 1ª geração, relacionamentos eram praticamente proibidos, já que a indústria acreditava que namorar “quebrava a fantasia” entre idols e fãs. Por causa disso, vários artistas enfrentaram punições, bloqueios na mídia e até boatos de expulsão apenas por assumirem um namoro.

Um caso muito lembrado aconteceu com o g.o.d, quando Park Joon-hyung, líder do grupo, foi acusado de estar namorando a atriz Han Go-eun, no começo dos anos 2000. 

A agência chegou a anunciar que ele seria retirado do grupo, o que gerou uma grande revolta dos fãs e dos próprios integrantes, que se recusaram a continuar sem ele.

Com a pressão popular, a expulsão foi cancelada e Park permaneceu no g.o.d. Esse episódio se tornou um dos primeiros casos em que fãs conseguiram mudar uma decisão da empresa, e também mostrou que “escândalos de namoro” podiam ameaçar a existência de um grupo inteiro naquela época.

Saídas inesperadas

Quando um integrante saía de um grupo, isso gerava choque nacional, algo incomum e mal visto, diferente do que acontece hoje, onde mudanças de lineup são relativamente comuns. Além disso, também aconteciam saídas por motivos bem peculiares. 

Um exemplo disso aconteceu com a integrante Lee Gai do Baby V.O.X. A integrante dizia ter apenas 20 anos quando, na verdade, tinha 30!! Na época as informações circulavam um pouco mais devagar, mas os fãs logo notaram como ela parceia mais velha que as outras integrantes.

Foto da Lee Gai do Baby V.O.X
Foto da Lee Gai. (reprodução/ AYO GG)

Após algum tempo investigando, descobriram que ela já havia feito parte de outro grupo e com isso chegaram a idade real. Resultado: ela saiu do grupo por mentir a idade. 

Escândalos envolvendo contratos abusivos

Os contratos da primeira geração ficaram conhecidos por serem bastante rígidos e pouco transparentes. Como as empresas estavam construindo um novo mercado, quase não existia regulamentação, o que deixava trainees e idols em situação de dependência extrema das agências.

Vários artistas denunciaram ausência de pagamento adequado, dívidas por custos de treinamento e jornadas de ensaio que ultrapassavam o limite físico. Muitos contratos também proibiam aparições fora da empresa, continham multas altíssimas em caso de quebra e exigiam controle completo sobre agenda, imagem e vida pessoal.

Esses primeiros escândalos acabaram fazendo com que gerações seguintes lutassem por condições mais humanas, e influenciaram mudanças nas leis coreanas relacionadas à indústria do entretenimento e contratos entre idols e empresas.

A 1ª geração não morreu

Existe uma ideia equivocada de que tudo que pertence aos anos 90 ficou no passado. Na verdade, muitos cantores continuam ativos, e a 1ª geração é extremamente celebrada na Coreia do Sul.

Hoje, artistas como Shinhwa, Seo Taiji e membros do g.o.d seguem lançando música ou fazendo performances especiais. E mesmo quando não estão nos palcos, permanecem presentes na cultura, já que muitos deles se tornaram referência para novos trainees.

Alguns grupos também fazem: shows comemorativos, participações especiais em programas e lançamentos ocasionais. Além disso, muitos outros idols seguem carreira como apresentadores, atores, CEOs e mais. 

Assim, 1ª geração não apenas começou o K-pop, ela também construiu a base de toda uma indústria global que movimenta milhões de fãs todos os anos.

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Foto destaque: reprodução/ Pinterest