Na pequena cidade de Laranjal, no interior da Bahia, o sonho se ergue como um ato de resistência frente à violência, uma revolução íntima para aqueles que ousam desafiar as estatísticas.
Esse desejo de transcender as adversidades é o que impulsiona Clementino, o protagonista do romance O Canto de Laranjal. Determinado a se tornar jogador de futebol profissional, ele busca superar a pobreza, enfrentar a dependência alcoólica do pai e libertar a si mesmo e sua mãe das agressões domésticas.
Do outro lado dessa trama, criada pelo roteirista e produtor Felipe de Carvalho Araujo, está Dulce, uma jovem de espírito livre, cheia de coragem e sonhos artísticos. Sua autenticidade e força chamam a atenção de Clementino, que se arrisca para defendê-la de um agressor.
Esse ato de coragem, apesar de marcado pela violência, conecta os destinos dos dois para sempre. A partir desse momento, Clementino e Dulce compartilham uma ligação especial e constroem um vínculo emocional profundo.
A narrativa é conduzida pela perspectiva de Jânio, o melhor amigo e confidente de Clementino, que guia os leitores por uma jornada que atravessa a inocência da juventude e os desafios da vida adulta.
Por meio das vivências de Clementino e Dulce, a obra explora questões como amizade, laços familiares e a importância de persistir diante das adversidades.
Felipe de Carvalho Araujo, neto de nordestinos que enfrentaram a pobreza para reconstruir suas vidas no Rio de Janeiro, utiliza sua própria vivência para refletir sobre a luta contra uma sociedade marcada pelo machismo, pela opressão e pela falta de oportunidades.
Ele acredita que alcançar os sonhos exige coragem para enfrentar essas barreiras. No livro, os leitores são levados a refletir sobre como nossas escolhas moldam quem somos. Em um trecho marcante, o autor escreve:
Você já parou para pensar em como somos reflexo daquilo que escolhemos? Todos os dias, as escolhas que fazemos definem quem somos. Personalidade, medos, desejos. Tudo passa por uma capacidade de decidir por nós mesmos. Diferente dos animais que são basicamente guiados por instinto, nós encontramos a beleza no decidir. Decidimos o que somos o tempo todo. (O Canto de Laranjal, p.138)
Com uma escrita poética, nostálgica e profundamente subjetiva, O Canto de Laranjal — o primeiro volume de uma duologia publicada pela Editora Flyve — celebra as primeiras experiências da vida e a capacidade humana de transformar dor em crescimento.
Felipe descreve o futebol como uma metáfora para a jornada de quem sonha em meio à escassez:
“O futebol é a metáfora perfeita para a vida daqueles que, mesmo diante da escassez, ousam acreditar. Não é o gol que define a trajetória — é o caminho percorrido, o suor derramado, as quedas e os recomeços. Clementino não busca apenas vencer.”
“Ele busca sobreviver ao peso do impossível, sabendo que, em cada passo, em cada tropeço, há um fragmento de eternidade. Laranjal traz ensinamentos para as novas gerações, inspirando-as a lutar pelos seus sonhos e a proteger uns aos outros”, atesta o autor.
Curtiu a obra? Então você pode adquirir o seu exemplar pela Amazon.
Foto destaque: Divulgação | Felipe de Carvalho Araujo.